O dia 20 de Janeiro de 2009 constará dos livros como uma data a que a história dará destaque.
Esse lugar proeminente decorrerá não de uma catástrofe, como infelizmente a maioria das vezes, mas permanecerá como um dia em que a esperança caminhou na direcção da realidade.
A eleição de Barack Obama como o primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América – actualmente a potência que se assume como líder – galvanizou não apenas essa nação, mas o mundo.
Vi, fugazmente, a transmissão televisiva dos principais momentos da tomada de posse. Aquele mar imenso de gente que – sob temperaturas negativas – estoicamente permaneceu para assistir ao momento que consideravam um pedaço de história, é, por si só, inspirador.
Não me surpreenderá que nos próximos dias uma trupe de pseudo-intelectuais venha comentar esta exuberante manifestação de cidadania e apoio ao presidente eleito, adjectivando-a de saloia e desajustada de um país civilizado e evoluído.
Confesso que a mim me comoveu. Quando e onde em Portugal, no passado recente, se assistiu a tamanha adesão à eleição de um dirigente político. Mais, que políticos temos no nosso reportório capazes de, no futuro, apelar a movimento semelhante?
Barack Obama não conseguirá, creio, estar à altura das expectativas criadas. Não por desvalor seu, mas tão-somente porque as que foram criadas são tão altas que, neste momento civilizacional de crise e recessão, só superando-se o conseguiria.
Caso a realidade venha a desmentir-me, assumirei o meu engano com agrado e felicidade. Gostemos ou não, enquanto se mantiver esta ordem mundial, a estabilidade dos EUA contagia a Europa, e desde logo, nos merece atenção.
Não obstante a probabilidade séria de que fique aquém das expectativas, o homem é já um vencedor que merece o respeito de todos.
Contra as probabilidades, tendências, sondagens e previsões dos maiores especialistas – inclusive os seus simpatizantes – apenas um par de anos após a sua primeira eleição para o senado americano, teve a grandiosa ousadia de assumir-se como candidato democrata à Presidência. Concorrendo contra adversários fortíssimos, como a senadora Clinton, persistiu, convenceu e aguentou.
A chave desta vitória, penso, deveu-se a um discurso de esperança, de união, de integração, de tolerância e, especialmente, de intransigência na defesa de princípios fundamentais da sociedade, designada e especialmente, o respeito pela dignidade humana. Defendeu acertadamente que a grandeza de um país não se faz à custa da submissão de outros. Que o respeito não se confunde com medo. Que tortura é tortura, errada seja qual for a circunstância.
E com isso venceu!
Tenhamos a sabedoria de aproveitar o efeito Barack, encontrando internamente os nossos Obamas, agitando as esperanças e as convicções. Tragamos à política novas vozes, novos modelos, novas crenças.
Numa fase de pessimismo crónico e colectivo, desafortunadamente justificado, é preciso que apareçam de entre nós aqueles que se sentem capazes de sonhar mais além, cativando e contagiando os menos interessados.Só assim se mudarão, para melhor, as más realidades que todos os dias criticamos.
Esse lugar proeminente decorrerá não de uma catástrofe, como infelizmente a maioria das vezes, mas permanecerá como um dia em que a esperança caminhou na direcção da realidade.
A eleição de Barack Obama como o primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América – actualmente a potência que se assume como líder – galvanizou não apenas essa nação, mas o mundo.
Vi, fugazmente, a transmissão televisiva dos principais momentos da tomada de posse. Aquele mar imenso de gente que – sob temperaturas negativas – estoicamente permaneceu para assistir ao momento que consideravam um pedaço de história, é, por si só, inspirador.
Não me surpreenderá que nos próximos dias uma trupe de pseudo-intelectuais venha comentar esta exuberante manifestação de cidadania e apoio ao presidente eleito, adjectivando-a de saloia e desajustada de um país civilizado e evoluído.
Confesso que a mim me comoveu. Quando e onde em Portugal, no passado recente, se assistiu a tamanha adesão à eleição de um dirigente político. Mais, que políticos temos no nosso reportório capazes de, no futuro, apelar a movimento semelhante?
Barack Obama não conseguirá, creio, estar à altura das expectativas criadas. Não por desvalor seu, mas tão-somente porque as que foram criadas são tão altas que, neste momento civilizacional de crise e recessão, só superando-se o conseguiria.
Caso a realidade venha a desmentir-me, assumirei o meu engano com agrado e felicidade. Gostemos ou não, enquanto se mantiver esta ordem mundial, a estabilidade dos EUA contagia a Europa, e desde logo, nos merece atenção.
Não obstante a probabilidade séria de que fique aquém das expectativas, o homem é já um vencedor que merece o respeito de todos.
Contra as probabilidades, tendências, sondagens e previsões dos maiores especialistas – inclusive os seus simpatizantes – apenas um par de anos após a sua primeira eleição para o senado americano, teve a grandiosa ousadia de assumir-se como candidato democrata à Presidência. Concorrendo contra adversários fortíssimos, como a senadora Clinton, persistiu, convenceu e aguentou.
A chave desta vitória, penso, deveu-se a um discurso de esperança, de união, de integração, de tolerância e, especialmente, de intransigência na defesa de princípios fundamentais da sociedade, designada e especialmente, o respeito pela dignidade humana. Defendeu acertadamente que a grandeza de um país não se faz à custa da submissão de outros. Que o respeito não se confunde com medo. Que tortura é tortura, errada seja qual for a circunstância.
E com isso venceu!
Tenhamos a sabedoria de aproveitar o efeito Barack, encontrando internamente os nossos Obamas, agitando as esperanças e as convicções. Tragamos à política novas vozes, novos modelos, novas crenças.
Numa fase de pessimismo crónico e colectivo, desafortunadamente justificado, é preciso que apareçam de entre nós aqueles que se sentem capazes de sonhar mais além, cativando e contagiando os menos interessados.Só assim se mudarão, para melhor, as más realidades que todos os dias criticamos.
dc@legalwest.eu