quarta-feira, 29 de maio de 2013

CRÓNICA – INOVAÇÃO E A ESCOLHA DE CAMINHOS

Tenho insistido na importância de Angola utilizar o momento histórico de bonança económica para definir caminhos conducentes a um futuro sustentável.
Pode aproveitar-se este pico, sustentado maioritariamente no petróleo, para atrair investimentos “de rapina”, que se vão embora no exacto momento em que a fonte deixar de jorrar, ou, alternativamente, criar bases que vão além disso.
Apostar na agricultura e indústria são, creio, factores determinantes; Utilizar mais e melhor o território, uma inevitabilidade; Conferir uma enorme dedicação à formação dos recursos humanos é absolutamente fundamental.
Mas, há que, em cada um desses sectores, ser mais ousado e intensificar o peso da criação intelectual, sua valorização e protecção.
Assisti recentemente, nas bonitas instalações da Associação Comercial de Lisboa, ao V Fórum da ACPI – Associação Portuguesa dos Consultores em Propriedade Industrial. Sob o lema “Marcas e Patentes – A Força da Inovação” debateram-se vários temas importantes.
Desde o reforço da capacidade do tribunal especializado, anunciado pela ministra, passando por novas tendências de mercado como a coopetição, ou o combate à contrafacção, foram vários os motivos de interesse.
Mas num evento ocorrido em Lisboa, com empresários e profissionais Portugueses, Angola não deixou de ser tema de conversa.
Por exemplo, o representante da Fábrica de produtos alimentares Lusitana, dona de marcas como a “Branca de Neve” e “Espiga”, referiu, com orgulho, que a marca número 4 do IAPI – Instituto Angolano da Propriedade Industrial, é titulada pela sua empresa.
Angola está na moda. E é bom que o esteja por bons motivos.
É elogioso para o país que um empresário estrangeiro refira um registo de marca em Angola como um activo importante da sua empresa. De maior importância ainda, que o faça num fórum de especialistas em marcas.
Significa isso que, para este empresário – um exemplo entre outros – a possibilidade de registo é considerada como uma vantagem e factor de segurança para os seus investimentos e decisões de negócios.
Recai agora sobre os organismos especializados do país, facilitar os procedimentos de registo e fazer jus a esta confiança depositada.
O sentimento de confiança na protecção dos seus direitos é de incontornável relevo para todos os investidores estrangeiros que procuram Angola como país onde desenvolver os seus negócios, introduzir tecnologias e demais activos intelectuais.
Para que ela não saia defraudada, organismos como o IAPI, alfandegas, polícias, magistrados e Tribunais devem preparar-se para dar uma resposta eficaz, esclarecida e ponderada entre o momento histórico da economia nacional e as exigências das relações de negócio e investimento internacionais.

Apostar no conhecimento e formação destes intervenientes é infraestrutural. Aproveitar as enormes vantagens dos novos meios tecnológicos, um investimento com retorno garantido.