quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CRÓNICA - ANGOLA E AS EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS


Angola foi tema do painel de encerramento da edição de 2009 do “Portugal Exportador”, promovida pela Associação Industrial Portuguesa. Invariavelmente, e não obstante os recentes constrangimentos no que diz respeito à facilidade de pagamentos, a lotação do auditório estava esgotada.
Entre o painel de especialistas oradores, foram apresentadas experiências empresariais na primeira pessoa, enunciada uma perspectiva do enquadramento legal, quer ao nível dos apoios do estado português à exportação, quer do ponto de vista dos benefícios postos à disposição pelo Estado Angolano.
Da maior importância para actuais e potenciais investidores, fica a mensagem de que a realidade de Angola já não é a de um mercado desregulamentando, onde o quadro das obrigações legais é mera figura de retórica. O mercado trilha agora, um efectivo caminho de normalização do seu funcionamento.
Para além das questões práticas, não obstante a sua imensa utilidade, relevam de sobremaneira as mensagens políticas aí proferidas, quer pelo embaixador angolano em Portugal, José Marques Barrica, quer por Aguinaldo Jaime, Presidente da Agência Nacional para o Investimento Privado, de Angola.
Se dúvidas houvesse, por ambos foi proferida uma mensagem clara de cooperação estratégica entre os dois países. Reforça-se o interesse, e até mesmo necessidade, de que o tecido empresarial de Angola e Portugal desenvolva o estabelecimento de relações consistentes, para além da mera oportunidade pontual, coadjuvadas pelos Estados através de um quadro de facilitação e apoio a essas relações.
E para que esta aposta não continue a ser, por muitos, apelidada de mero saudosismo histórico sem substrato económico autêntico, aqui fica um pouco dessa realidade.
Espanha é, reconhecidamente, o parceiro económico natural de Portugal.
Ora, analisadas as exportações Portuguesas no passado ano, se para Espanha exportaram 4 000 empresas Portuguesas, para Angola foram mais de 10 000 as empresas que colocaram no mercado os seus produtos.
Não é, de facto, apenas sentimentalismo.
O fluxo económico entre Angola e Portugal é uma realidade importante, a qual, embrulhada na afabilidade que um passado comum permite, tudo tem para resultar em proveitos recíprocos.

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