Para qualquer pessoa, empresa ou
país, é importante ter definido um rumo, que permita conhecer com a clareza
possível quais os objectivos que se pretendem alcançar.
Onde estamos e para onde queremos ir.
Essa definição faz toda a diferença!
Angola atravessou recentemente um
importante episódio no sentido da consolidação da democracia – a realização de
eleições.
Quanto a estas, que acompanhei com
proximidade, senti acima de tudo uma grande vitalidade dos intervenientes.
Muitas queixas, acusações e contra-acusações foram feitas.
Como quase sempre, a todos alguma razão assistia, e a ninguém assistia a razão
toda.
Fica a oportunidade (obrigatoriedade)
para, da próxima, fazer melhor.
Resultou inequivocamente que é
preciso melhor preparação, mais realismo relativamente às reais circunstâncias
do país, mais aceitação das diferenças como factor de unificação nacional.
Mas desenganem-se os participantes –
vencedores, vencidos e os “assim-assim” – se pensam que acabou o trabalho
político.
As eleições servem para que os
actores políticos expliquem às populações o que pretendem fazer. Isso quer
sejam vencedores, quer fiquem na oposição.
Por isso, chegou a altura de não
defraudar os votantes.
Aos responsáveis por governar o país,
exige-se que façam mais e melhor. Que tracem um rumo, o expliquem às
populações, e o prossigam com determinação e honradez. Nada menos lhes será
tolerado.
Defendi nesta última campanha
eleitoral que o “fantasma” da guerra devia ser arredado dos discursos e
programas políticos.
Para qualquer nação, a guerra nunca
está totalmente fora de questão. É a natureza humana que o impõe.
Mas, para Angola, essa já não é uma
premência.
Este enorme e promissor país tem
muitas outras preocupações, mais realistas, que precisa atender.
Dotar as populações de água e luz,
promover a habitação condigna, revitalizar as províncias e fazer de Angola um
país que aproveita todo o seu real potencial, são desafios imensos que precisam
ser assumidos.
Os cidadãos aguardam ansiosamente por
isso.
À oposição, exige-se que dignifique
as funções de representação política que lhes foram confiadas.
Ser deputado é, deve ser, uma das
mais nobre formas de representação democrática. Falando em nome dos eleitores,
activa e energicamente, usarem as suas prerrogativas para propor caminhos e
fiscalizar a execução de programas.
Um deputado da oposição é parte
actuante do sistema político, não apenas uma espectador.
De tudo isto, e de muito mais que
nesta página não cabe, resulta que os próximos 5 anos serão de enorme
expectativa e atenção.
Compete a todos fazer o seu trabalho.
Daqui a 5 anos, quando o desempenho político voltar a ser avaliado, a campanha
deve tratar outros temas. É preciso que haja razões para isso!
dc@legalwest.eu