domingo, 11 de novembro de 2012

CRÓNICA – E DEPOIS DE AGOSTO


Para qualquer pessoa, empresa ou país, é importante ter definido um rumo, que permita conhecer com a clareza possível quais os objectivos que se pretendem alcançar.
Onde estamos e para onde queremos ir. Essa definição faz toda a diferença!
Angola atravessou recentemente um importante episódio no sentido da consolidação da democracia – a realização de eleições.
Quanto a estas, que acompanhei com proximidade, senti acima de tudo uma grande vitalidade dos intervenientes.
Muitas queixas, acusações e contra-acusações foram feitas. Como quase sempre, a todos alguma razão assistia, e a ninguém assistia a razão toda.
Fica a oportunidade (obrigatoriedade) para, da próxima, fazer melhor.
Resultou inequivocamente que é preciso melhor preparação, mais realismo relativamente às reais circunstâncias do país, mais aceitação das diferenças como factor de unificação nacional.
Mas desenganem-se os participantes – vencedores, vencidos e os “assim-assim” – se pensam que acabou o trabalho político.
As eleições servem para que os actores políticos expliquem às populações o que pretendem fazer. Isso quer sejam vencedores, quer fiquem na oposição.
Por isso, chegou a altura de não defraudar os votantes.
Aos responsáveis por governar o país, exige-se que façam mais e melhor. Que tracem um rumo, o expliquem às populações, e o prossigam com determinação e honradez. Nada menos lhes será tolerado.
Defendi nesta última campanha eleitoral que o “fantasma” da guerra devia ser arredado dos discursos e programas políticos.
Para qualquer nação, a guerra nunca está totalmente fora de questão. É a natureza humana que o impõe.
Mas, para Angola, essa já não é uma premência.
Este enorme e promissor país tem muitas outras preocupações, mais realistas, que precisa atender.
Dotar as populações de água e luz, promover a habitação condigna, revitalizar as províncias e fazer de Angola um país que aproveita todo o seu real potencial, são desafios imensos que precisam ser assumidos.
Os cidadãos aguardam ansiosamente por isso.
À oposição, exige-se que dignifique as funções de representação política que lhes foram confiadas.
Ser deputado é, deve ser, uma das mais nobre formas de representação democrática. Falando em nome dos eleitores, activa e energicamente, usarem as suas prerrogativas para propor caminhos e fiscalizar a execução de programas.
Um deputado da oposição é parte actuante do sistema político, não apenas uma espectador.  
De tudo isto, e de muito mais que nesta página não cabe, resulta que os próximos 5 anos serão de enorme expectativa e atenção.
Compete a todos fazer o seu trabalho. Daqui a 5 anos, quando o desempenho político voltar a ser avaliado, a campanha deve tratar outros temas. É preciso que haja razões para isso!   
dc@legalwest.eu

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