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Foi uma sala cheia a que ouviu atentamente o Ex Presidente Brasileiro Fernando Henrique Cardoso – e para muitos, o pai do programa económico que o Presidente Lula teve o mérito de aproveitar e implementar.
No que acabou também por ser um merecido tributo à obra do Professor Ernâni Lopes, um painel de ilustres lusófonos reuniu-se no Hotel Tivoli, em Lisboa, para comentar as potencialidades do triângulo virtuoso, isto é, Angola, Brasil e Portugal.
Sintomático da importância e atenção que, felizmente, o tema parece começar a merecer dos vários sectores da sociedade, foi também a qualidade da assistência, que entre muitos outros, integrou figuras como Marques Mendes, André Jordan ou Braga de Macedo. Assim como o é o painel de luxo da conferência, integrando figuras como Ramalho Eanes, Ricardo Salgado, os já mencionados Aguinaldo Jaime e Fernando Henrique Cardoso, bem ainda os presidentes de duas das maiores empresas Portuguesas, Zeinal Bava e António Mexia.
Ainda bem! Por vezes é preciso que os oradores emprestem o seu peso e importância à mensagem, para que ela seja ouvida.
A lusofonia é hoje, e este evento foi apenas mais uma confirmação disso mesmo, um gigante de potencial que urge aproveitar. Pena é que, ao longo dos anos, os povos que integram este grandioso espaço não tenham tido dos poderes políticos mais e mais claros sinais que apontem a importância dessa direcção.
Para que melhor se perceba do que falamos, refira-se que os 6 países lusófonos voltados para o Atlântico Sul abarcam e têm condições de excelência para dominar este importante espaço marítimo. E o mar, razão de ser e elemento facilitador da criação do que é hoje o mundo Lusófono, apresenta potencial cujo tamanho ainda não está plenamente percebido. Mas como dizia o ex Presidente Brasileiro, a Lusofonia implica laços importantes não pelo passado, mas pelo futuro.
No seu conjunto, o mundo dos falantes em Português é de enorme relevo. Demonstrou Zeinal Bava que, se fosse um país, seria o 4.º maior do mundo. Mas, mesmo individualmente, integra autênticos gigantes, ou não fosse bom exemplo o facto de, como relembrou FHC, São Paulo ser a cidade do mundo com mais empresas alemãs. Mais do que qualquer cidade na própria Alemanha!
Também Angola, gigante assumido da África Austral, continua a apresentar crescimentos sublinháveis, estando, mesmo nesta altura de crise internacional, com crescimento estimado na ordem dos 6% e um ambicioso programa de reabilitação de estruturas básica. Para todos, a lusofonia é uma vantagem que merece ser aproveitada. Nas palavras de Aguinaldo Jaime, que fez algumas referências à nova lei do Investimento Privado em Angola, a lusofonia deve caminhar cada vez mais para ser um espaço de joint-ventures e parcerias, agregando valor e sedimentando relações. Muito já se tem feito, mas um longo caminho continua à espera de ser trilhado.
Façamos então justiça ao pensamento dessa ilustre figura que foi Ernâni Lopes e trabalhemos todos para materializar a forma como ele entendia a Lusofonia – um projecto portador de futuro!
dc@legalwest.eu
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