quinta-feira, 22 de setembro de 2011

CRÓNICA – EUROPA PROCURA ANGOLA COMO PARCEIRO INVESTIDOR

Angola é cada vez mais um importante e respeitado investidor internacional. Potenciando os recursos provenientes do petróleo, tem assumido de forma explícita uma postura de investidor estratégico, com um forte pendor Lusófono.

Na realidade verifica-se que nenhum dos espaços CPLP deixou de ser visitado pelos dólares angolanos. De todos os exemplos, Portugal é o que mais relevo e mediatismo tem assumido!
Parcialmente por assombração de antigos e anacrónicos fantasmas, mas também pela dimensão e sectores para os quais a tomada de posições se tem direccionado. A compra do BPN foi o último episódio desta novela, cujos capítulos ainda se desenrolam.
Seja como for, Portugal apresenta hoje inúmeras oportunidades em saldo. Paradigma é a banca. Peguemos em dois grupos financeiros, ambos também presentes em Angola. Em 2007, quando se projectou uma fusão entre BCP e BPI, os valores por acção avançados rondavam os €3,5 para o BCP e os €6,5 para o BPI. Hoje, o BCP transacciona-se a menos de 10% desse valor (€0,25) e o BPI não chega aos 15% (€0,80).
Das duas, três: ou os valores estavam exagerados na altura, ou muita desgraça aconteceu neste entretanto, ou os valores/acção de hoje estão muitíssimo abaixo do valor real de cada um dos bancos, e por isso uma boa opção de compra.
Talvez a resposta correcta seja mesmo: Um pouco de cada uma das 3 razões!
Não obstante as explicações, existem muitos (bons) projectos em Portugal disponíveis e à procura do financiamento angolano. Por exemplo, o sector imobiliário apresenta reduções significativas e de abundante escolha.
No meu escritório de Lisboa recebo com frequência contactos e dossiers sobre oportunidades de investimento que me pedem que leve para o escritório de Angola, fazendo-os chegar ao tecido empresarial do país.
Apenas alguns conseguem merecer acolhimento, tamanha é a possibilidade de escolha. E, identificada a oportunidade, não é difícil avançar com o projecto de investimento.
Para esta fácil entrada de aplicações de capital estrangeiro em Portugal, contribuem decisivamente as quase inexistentes barreiras burocráticas ao investimento externo. Criar uma empresa e pô-la em total funcionamento pode demorar menos de um mês, bastando uma assinatura do investidor. No que concerne a despesas com formalidades, estas são manifestamente razoáveis, em nada obstando a que, mesmo um pequeno investidor, possa constituir a sua empresa ou fazer o seu investimento imobiliário sem constrangimentos.
Em resumo, estar atento a oportunidades, especialmente em mercados com afinidades múltiplas, pode ser uma estratégia rentável, para além de segura, distribuindo “os ovos por vários cestos”.


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