sexta-feira, 24 de abril de 2009

CRÓNICA - EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Em 23 de Abril comemorou-se o dia internacional do Livro. Numa altura em que se afirma e reafirma que a educação deve ser o grande motor do desenvolvimento do país, o simbolismo destas celebrações não deve passar despercebido.
Ler começa por ser, acima de tudo, um hábito. Apenas mais tarde se transforma, ou não, num gosto, numa companhia, num vício.
Por isso mesmo, devem os educadores incentivar esse hábito desde cedo, permitindo que as gerações futuras possam apresentar estatísticas de leitura menos envergonhadoras.
Tenho a sorte e privilégio de ter dois fantásticos afilhados. Invertendo as obrigações que tal função impõe, ambos me têm oferecido diversos presentes que guardo com estima.
São dois livros, escolhidos por cada um deles, os que hoje aqui sugiro.
”Os Mal Amados” de Fernando Dacosta – Livro interessantíssimo, compila e baseia-se numa série de confidências inéditas de figuras que marcaram a história deste país. De leitura fácil e cativante, desvenda particularidades e segredos que a todos interessam, permitindo um olhar diferente sobre os personagens deste país, antes e depois da revolução dos cravos.
“Anticancro - um novo estilo de vida” de David Servan-Schreiber – Relato de um psiquiatra nascido em França, que estudou e trabalhou nos EUA e, aos 30 anos, descobriu um tumor na cabeça. Não obstante o dramatismo da situação, não se trata de um livro lamechas e de auto-comiseração, bem pelo contrário. O autor utiliza a sua própria experiência para transmitir a necessidade de um estilo de vida mais salutar – nomeadamente no que concerne à alimentação – apresentando caminhos e soluções, aos quais acrescenta as bases científicas.

ELEIÇÕES EUROPEIAS
Já aqui escrevi em edição anterior sobre as próximas eleições europeias, nomeadamente para realçar a importância que assumem para o quotidiano dos Portugueses.
Não retiro uma vírgula a esse apelo ao voto, o qual, aliás, reafirmo.
No entanto, não resisto a fazer um comentário ao primeiro debate televisivo entre os cinco cabeças de lista dos principais partidos políticos, ocorrido este mês na RTP.
Admito e reconheço às pessoas que ali intervieram capacidades pessoais e políticas meritórias. Aceito até que estejam ao nível do melhor que cada um dos partidos tenha para oferecer. Não obstante, assistindo àquelas horas de debate, fiquei com a impressão que os nossos agentes políticos, mesmo os mais qualificados, falam apenas entre eles e para eles. Se tenho dito que a população se tem, erradamente, desligado dos seus representantes, não é menos verdade que o inverso é tão ou mais exacto.
O discurso político, nomeadamente o eleitoral, deve ser interessante e cativante para as pessoas a quem se destina. A constante troca de galhardetes, de insinuações pessoais ou de pura zaragata discursiva, por muito interesse que possa ter para a classe política, é profundamente enfadonha para os restantes ouvintes.
Aqueles que escolhem e se disponibilizam, seriamente, para servir as populações abraçando actividades políticas, têm a responsabilidade de perceber que os seus próprios egos são secundários nesta tarefa. Ao comunicar de forma imperceptível e fastidiosa com os seus representados, o que inevitavelmente acontece é, estimular o florescimento da demagogia.



dc@legalwest.eu

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